"When there's Magic in the Music ..."

segunda-feira, julho 24, 2006

The whole 9 yards ...

Ontem foi o concerto do Christopher Cross no CCB. Confesso que estava um pouco apreensivo, pois a roupagem de estúdio dos temas - grandes arranjos vocais e instrumentais, estes últimos interpretados por músicos de craveira - afigurava-se difícil de replicar. No final do terceiro tema, todos os receios se tinham dissipado: a transposição dos arranjos dos temas para a versão ao vivo era adequada, com Mr. Cross a revelar-se um guitarrista bastante competente, bem secundado por Anna Guigui nos teclados, Wade Biery no baixo e Dave Beyer na bateria. Aliás, como tive ocasião de lhe dizer, fiquei com a nítida sensação que o Wade Biery "curtiu" mais o concerto do que o público. Em termos vocais, Christopher Cross, Anna Guigui e Wade Biery emularam quase à perfeição as harmonias dos discos.
Hora e meia de música, com direito inclusivé a uma porção acústica do show, com o Mr. Cross a debitar, entre outros, os temas "Swept Away" e "Laura" na versão "uma voz, uma guitarra". O concerto terminou com os dois registos mais mexidos, nomeadamente "Ride Like The Wind" e "All Right", e resultou numa investida do público para a frente do palco, dançando ao som dos temas.
Boa música, muito bem tocada, CD e bilhetes autografados, fotografias tiradas e umas quantas palavras trocadas com o Mr. Cross ... que mais se pode pedir, excepto que ele volte rapidamente? B-)

segunda-feira, julho 17, 2006

Música para ouvir no "11" ... Parte 1

Pegando no tema do volume, e uma vez que há músicas que é certo e sabido soam melhor quando são tocadas a níveis insanamente altos, decidi começar uma rubrica regular abordando as músicas que pedem para testar os limites das aparelhagens ou auto-rádios.
Primeiros fregueses - Pink Cream 69. Olhos esbugalhados e a interjeição "Quem?" são a reacção típica obtida ao longo da vida, sempre que referia a banda como uma das favoritas ou nos anos que penei em busca de CDs da mesma nas lojas de discos Portuguesas. Resumindo, e isto porque a banda será para revisitar com calma que bem o merece, quarteto Alemão na onda do Power Metal com um elemento de origem Americana e um elemento de origem Grega. O vocalista original - Andi Deris - é o actual vocalista dos Halloween.
O tema escolhido é o "Talk To The Moon", que tem estado em forte rotação no leitor de CDs do bólido. Como soa? Bem, começa com uma entrada brutal de 2 acordes com uma distorção pujante mas límpida - bem a estrelar - cortesia dos amplificadores Hughes & Kettner, acompanhada por uma bateria muito sólida. A juntar a isto, linhas melódicas vocais típicas de Power Metal nas bridges, e três padrões (quatro, se contarmos com a a pequena secção do solo) distintos de bateria nas secções do refrão - o que a mim me parece bem - resultam numa música que quanto mais alto, melhor ...
E sem compressão ... B-)


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quarta-feira, julho 12, 2006

Questões de Volume ...

As variações entre "um suspiro e um trovão" fazem-nos vibrar, quer a dinâmica seja imposta por um bom vocalista (o nome Coverdale vem sempre à mente), ou uma qualquer passagem instrumental melhor gizada. Essa dinâmica entre o acumular e o libertar de tensão é o que nos levanta e nos transporta, nos move física, intelectual e emocionalmente. Pegando num album dos anos 70 ou 80 (não remasterizado, leia-se) e ouvindo com atenção, é garantida a existência de uma razoável diferença entre os "picos" e os "vales" da música, ou seja, uma grande amplitude dinâmica. Alguns desses vales despertam-nos a curiosidade e levam-nos por vezes a escutar com mais atenção, e ao prazer de descobrir novas nuances que até então nos tinham escapado.
Se pegarmos num album mais recente, ou num album remasterizado, à primeira ficamos com a impressão de que o volume está mais elevado ... quando na realidade não está. A força desse primeiro impacto leva a que editoras discográficas, produtores e músicos forcem constantemente para que o volume de registo da sua música seja mais elevado, de modo a resaltar na rádio ... televisão ... CD ... e ultimamente, Web. Música mais alta capta mais rápidamente a atenção, mas com o tempo, e com a correspondente redução da dinâmica, a música parece monótona e cansativa, e redunda em ruído de fundo.
A amplitude dinâmica da música ao vivo é de 120 dBs, contrastando com os 75 dBs dos vinis e aproximadamente 90dBs dos CDs. A forma de "aumentar" o volume sem causar distorção (conhecida como "clipping"), consiste em comprimir o som, ou seja, diminuir artificialmente a amplitude dinâmica entre os "picos" e os "vales", o que, devido à forma como o ouvido humano reage às ondas sonoras, resulta numa percepção de maior volume. Para exemplo, basta comparar o "One Of Us" dos Abba, versão original, e versão remasterizada.
Com a incessante procura por maior volume, o recurso à compressão disseminou-se bastante a partir do início da década de 90. Há, no entanto, um album que se pode considerar como o grande ponto de viragem relativamente ao uso da compressão: em 1994, o album "(What's the Story) Morning Glory" dos Oasis apresentava um volume médio de -8dBs RMS. Para efeitos de comparação pode referir-se que o volume médio de albuns desse ano era de cerca de -12dBs (em 2005 foi de -9dBs), e o album "Appetite for Destruction" dos Guns'N'Roses de 1987 tinha uma amplitude dinâmica de -15dBs. Aqui tenho que meter uma grande colherada: sempre detestei Oasis - voz do tipo irrita-me ao ponto do ataque de nervos, e acho que musicalmente aquilo não passa de um conjunto de clones de 14ª geração a tentar imitar (e muito mal!) os Beatles. No entanto, eles fizeram um grande sucesso nos pubs ingleses, pois independentemente do ruído de fundo, a música sobresaía sempre ... estou a ver que isto do volume tem que se lhe diga ... resta saber se a minha aversão é devida à compressão ou se é potenciada pela mesma (inclino-me mais pela última opção).

O excesso de compressão contribui ainda para a redução da resposta transitória. O resultado é um som de bateria ou baixo sem profundidade (o que eu me farto de queixar sobre isto!) e música com um som genericamente baço, mortiço, estático e "inchado".
É muito raro ver pessoas com walkmans ou leitores de MP3 a "bater o pé", abanar a cabeça ou trautear uma melodia - a sua postura costuma ser tensa, com um olhar fixo e rígido ... ou seja, o contrário de que seria de esperar em alguém que está a apreciar aquilo que está a ouvir ... será que é apenas da compressão?

Para os menos preguiçosos (e caso estejam interessados em ler um pouco mais sobre o assunto) recomendo os seguintes artigos:
http://www.stylusmagazine.com/articles/weekly_article/imperfect-sound-forever.htm
http://en.wikipedia.org/wiki/Loudness_war
Quanto à solução para o volume de certas passagens estar bastante baixo ... os amplificadores trazem um controlo de volume - USEM-NO!

quinta-feira, julho 06, 2006

Beach Boys on steroids ...


Toda a gente conhece os Beach Boys e a sua imagem limpinha ... e se eles algum dia tivessem enveredado por uma linha mais dura, como seria o resultado?
Pois eu tenho a resposta: "Summertime Girls" dos Y&T!



Apesar do tempo não ter sido indulgente com o guarda-roupa dos Y&T de 1984, a imagem do Dave Meniketti de top com o umbigo à mostra é ... numa palavra, PRICELESS. O video (cortesia do YouTube - um site tremendo) tresanda a verão, e dado a sua idade (22 anos - impressionante!) acho que podemos dizer que certamente serviu de inspiração para a série BayWatch.
A música tem todos os ingredientes para ser um grande sucesso: grandes guitarras, driving bass, bateria "al dente", umas harmonias vocais capazes de fazer corar de inveja os próprios Beach Boys, e, quanto a mim, soa tão fresca como no dia em que saiu ... CLÁSSICO
Desafio qualquer um a resistir lançar-se num solo de air guitar durante a duração do tema ... eu não consigo ...

Depois da desilusão de ontem, nada melhor do que um remédio destes para animar ... B-)