"When there's Magic in the Music ..."

segunda-feira, junho 26, 2006


Futebolisticamente falando ...

... este tipo é um "urso" ... em termos de gostos musicais, está muitos furos acima do panorama. Basta comparar os "titulares" da sua selecção musical com as selecções dos outros astros do pontapé na bola:
Figo prefere Black Eyed Peas, Pussycat Dolls ou Usher e da sua selecção praticamente só se safa Rui Veloso. Nuno Gomes escolheu maioritáriamente músicas Portuguesas, mas tirando Rui Veloso ou Xutos o panorama é desanimador, e a inclusão do "Love Generation" borra a pintura. Ricardo tem uma mistura um pouco estranha, salvando-se os Extreme; e no caso de Maniche, voltam as Pussycat Dolls ou os Black Eyed Peas. Ou seja, são todos muito "flavour of the month".
Na selecção de Costinha é malha atrás de malha - desde "Your Love" dos The Outfield, passando por "Didn't Know It Was Love" dos Survivor e acabando em "Don't Stop Believing" dos Journey, inclui ainda Whitesnake, Autograph, Tom Kimmel, ou mesmo uma grande malha de Hi-Tech AOR da minha infância, o "Endless Road" dos Time Bandits. Ouvindo a explicação, ficamos ainda a saber que o último disco adquirido foi ... STRYPER! Temos homem!

É quase suficiente para lhe perdoar a asneira de ontem ...

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quinta-feira, junho 22, 2006

Hmmm ...

Um cartaz colado numa parede anuncia ... Christopher Cross, CCB, 23 Julho ...

Quem é Christopher Cross (www.christophercross.com - ver Bio)? Eu já conhecia (tal como toda a gente conhece) o "Arthur's Theme - Best That You Can Do", mas tenho que confessar (com vergonha) que até 2003 não associava o nome à música. Em Fevereiro desse ano, durante o trajecto para o trabalho ouvi na saudosa Nostalgia o "Sailing". Não consegui tirar a música da cabeça durante 2 dias - completamente imerso no magnífico "oceano sonoro" - e como tal não descansei enquanto não passei pela FNAC para comprar o GH (é raro ter uma fixação deste calibre com uma música, comparável só mesmo quando comprei o "Empire" dos Queensrÿche e consegui estar tipo 3 horas seguidas a ouvir o "Silent Lucidity"). Curiosamente (ou não) o "Sailing" ganhou o Grammy de canção do ano em 1980 ...

Assim, CC tornou-se um grande nome da música no início da década de 80. No entanto, com o advento da MTV e com o aumento da importância dos aspecto visual da música (e como o seu aspecto físico não é "muito comercial" - mais um George Costanza), sua popularidade foi desvanecendo.

Olhando para os nomes de alguns dos músicos que colaboraram, cresce água na boca: Michael Omartian nos teclados (trabalhou sucessivas vezes com o Peter Cetera dos Chicago); Steve Lukather (guitarra), Mike Porcaro (baixo) e o GRANDE e saudoso Steve Porcaro (bateria) dos TOTO; Michael Boddicker (sintetizadores) e Paulinho da Costa(percurssão) que aparecem nos bons albuns do Michael Jackson ...

O resultado não desilude: a música em si pode-se considerar como AOR no seu extremo mais leve, a roçar o POP, com grandes melodias e grandes prestações de GRANDES músicos ...

Apesar de a banda em tournée infelizmente não contar com nenhum destes músicos, a qualidade intrínseca da música é inegável ...

... hmm ... acho que estou lá!

segunda-feira, junho 19, 2006

Just another heart in need of rescue ...

14 de Junho, Coliseu de Lisboa, cerca das 22H00, "Live in The Still of The Night" - Serpens Albus.
A banda do senhor da foto deu mais um concerto memorável, se bem que alguns furos abaixo do de 2004 no Pavilhão Atlântico. Continuo sem perceber como é que há festivais de que se dizem de Rock (?) em Portugal, que apresentam no cartaz nomes como D'zrt ou Patrice, e "esquecem-se" de trazer bandas deste calibre ... mas adiante. No início, e para "aquecer", os Portugueses Faithfull - bem tocado mas, infelizmente, "hooks" não abundam e como tal nada fica no ouvido à primeira. A assistência foi menor que em 2004, mas chegou para pedir 2 "encores" aos "headliners". Em termos de reportório fomos presenteados com a maioria dos grandes êxitos da longa carreira do Mr. Coverdale, alguns dos quais escritos em Portugal, como por exemplo o "Here I Go Again" (escrito numa estadia no Algarve, mais propriamente no Carvoeiro, e de onde é retirado o verso título deste post). Continuo a achar que o "The Deeper The Love" devia ser incluido no alinhamento.
Individualmente, há que destacar o MONSTRO Tommy Aldridge na bateria - Deus queira que quando eu chegar aos 56 anos tenha toda aquela energia.
Timothy Drury passa praticamente despercebido nos teclados, tal como Uriah Duffy no baixo - se bem que aquelas luzinhas azuis nos pontos do baixo são mesmo gays!
Nas guitarras, Reb Beach confirmou a minha impressão do concerto de Setembro de 2004 - não é o Vandenberg, o Sykes ou o Vai, mas pelo menos não inventa - é o melhorzinho dos dois. O Doug Aldrich demonstrou ter a subtileza do proverbial "elephant in a china shop" ao lançar o solo do "Ain't No Love In The Heart Of The City". Uma corda partida no solo dele resultante de uma "corrida às notas", e o facto de ele "inventar" na maior parte dos solos das restantes músicas e transformar partes mais técnicas ("tappings" e coisas do género nos solos originais) em "sprints" de 1000 notas por minuto, reforçam a minha opinião - este tipo pode ser muito bom, mas acho que não é o gajo certo para os Whitesnake ...
Quanto ao Mr. Coverdale, a voz estava mais fraquinha que em 2004, e várias vezes se ouviram vários milhares de dólares de eco digital a ajudar (ouvir a versão 12'' de "Fire Still Burns" de Russ Ballard para referência do que 10.000 dólares de eco digital conseguem fazer). Mesmo assim, David Coverdale ainda é senhor de um vozeirão - para mim continua a ser um dos três melhores vocalistas de Rock de sempre - capaz de impressionar qualquer um, e, claramente superior aos "vocalistas" das bandas actualmente na berra.

Devia ser por lei obrigatório haver um concerto deste calibre quinzenalmente - duas horas deste remédio de 15 em 15 dias garantiam que ninguém ficava com o travozinho amargo que é o de sempre saber a pouco ...

No fundo, todos somos ... "hearts in need of rescue" ... e durante duas horas, David Coverdale e companhia salvaram os afortunados que foram ao Coliseu ...

sexta-feira, junho 09, 2006

Ultraphobic ...

Ora vamos a isto: "Undertow" e "Followed" ... "bland", genéricos e o próprio nome (apenas uma palavra) é um sinal de que estamos em presença de Grunge, ou seja nada que impressione. "Family Picnic" é ligeiramente melhor que os outros, e na introdução musical a guitarra tem uma interacção interessante com os efeitos ... basta reparar que o nome tem duas palavras ... B-)
"Sum of One" mostra-se bastante mais melódico embora o filtro na "voz de resposta" dos versos cheire um pouco a Grunge ... em termos da construção dos versos, a música faz lembrar a malha "Bitter Pill" do "Dog Eat Dog". É a primeira faixa digna de registo do album. "Chameleon" já é uma malha à maneira, passivel de ser encontrada num qualquer outro album dos Warrant.
"Crawlspace" e "Living Inside of You" ... nada a registar ...
"High" começa com uma guitarra acústica, e parte para uma boa malha: melodia, alguns coros, pratos q.b. e guitarras minimamente definidas ... "Ride #2" um "up-tempo rocker" com o início do última repetição do chorus a dar impressão que o CD está riscado (2m28s), mas foi um efeito propositado e que resulta muito bem.
Para o final as duas melhores músicas do album: "Ultraphobic" e "Stronger Now".
"Ultraphobic" tem guitarras mesmo a rasgar, embora a bateria da intro/refrão seja Grungy. Em termos de letra tem passagens magníficas, começando pelos versos de abertura "I used to dream in technicolor / now it's all gone black and white", um "vocal dynamic" brilhante no verso da Bridge "I wish I could turn this around" (e que eu não me canso de cantar), ou então os versos da Bridge B "All of the king's horses / and all of the king's men / could never get my heart / together again / Smashed into pieces / and cast to the wind / have to start all over / all over again", pontuado com um magnífico "du-ru-dut-dut" no final do solo - Grande Malha.
"Stronger Now" eu conhecia já bem das demos "Jabberwocky" do Jani Lane "sacadas" do Napster em 1998, mas desconheço se as demos são posteriores a este disco. De qualquer modo, uma balada acústica com todo o esplendor de Jani Lane - aqui ele mostra mesmo o seu "knack" para escrever grandes músicas, especialmente num modelo "singer/songwriter" ... vocais subtis e um solo de violino (???!!!) arrebatador que apanha qualquer um de surpresa ...
Resumo: um disco influenciado pelo Grunge com algumas músicas dignas de registo ... mas não paguem mais do que os 5€ que eu dei pelo meu no e-Bay ...

quarta-feira, junho 07, 2006

Grunge? Na minha colecção?


Pois ... á primeira vista é o que parece ... guitarras "toned dow", abuso dos pratos durante os refrões, poucos riffs, quase total ausência de coros vocais ... a milhas de distância do Glam do "D.R.S.F.R.", do Hard-Rock de "Cherry Pie", ou mesmo do som mais pesado (e que alguns acusam já de ser Grunge) de "Dog Eat Dog".

Mesmo com 2/5 da banda fora, e com um novo baterista, guitarrista solo e, pela primeira vez no historial, teclista, nota-se que a força criativa e que em última análise é a marca da banda, é sem dúvida Jani Lane - a sua voz e o seu "knack" para escrever passagens musicalmente memoráveis mantém-se. Eu não sou fundamentalista ao ponto de (como disse um amigo numa mailing-list) comprar um disco do Jani Lane caso ele cantasse a lista telefónica ... mas se fosse um catálogo cantado da La Redoute ou coisa parecida, comprava. B-)

A análise de alguns temas é para fazer ao longo dos próximos dias ... é que já é tarde e amanhã é dia de trabalho.