"When there's Magic in the Music ..."

segunda-feira, junho 19, 2006

Just another heart in need of rescue ...

14 de Junho, Coliseu de Lisboa, cerca das 22H00, "Live in The Still of The Night" - Serpens Albus.
A banda do senhor da foto deu mais um concerto memorável, se bem que alguns furos abaixo do de 2004 no Pavilhão Atlântico. Continuo sem perceber como é que há festivais de que se dizem de Rock (?) em Portugal, que apresentam no cartaz nomes como D'zrt ou Patrice, e "esquecem-se" de trazer bandas deste calibre ... mas adiante. No início, e para "aquecer", os Portugueses Faithfull - bem tocado mas, infelizmente, "hooks" não abundam e como tal nada fica no ouvido à primeira. A assistência foi menor que em 2004, mas chegou para pedir 2 "encores" aos "headliners". Em termos de reportório fomos presenteados com a maioria dos grandes êxitos da longa carreira do Mr. Coverdale, alguns dos quais escritos em Portugal, como por exemplo o "Here I Go Again" (escrito numa estadia no Algarve, mais propriamente no Carvoeiro, e de onde é retirado o verso título deste post). Continuo a achar que o "The Deeper The Love" devia ser incluido no alinhamento.
Individualmente, há que destacar o MONSTRO Tommy Aldridge na bateria - Deus queira que quando eu chegar aos 56 anos tenha toda aquela energia.
Timothy Drury passa praticamente despercebido nos teclados, tal como Uriah Duffy no baixo - se bem que aquelas luzinhas azuis nos pontos do baixo são mesmo gays!
Nas guitarras, Reb Beach confirmou a minha impressão do concerto de Setembro de 2004 - não é o Vandenberg, o Sykes ou o Vai, mas pelo menos não inventa - é o melhorzinho dos dois. O Doug Aldrich demonstrou ter a subtileza do proverbial "elephant in a china shop" ao lançar o solo do "Ain't No Love In The Heart Of The City". Uma corda partida no solo dele resultante de uma "corrida às notas", e o facto de ele "inventar" na maior parte dos solos das restantes músicas e transformar partes mais técnicas ("tappings" e coisas do género nos solos originais) em "sprints" de 1000 notas por minuto, reforçam a minha opinião - este tipo pode ser muito bom, mas acho que não é o gajo certo para os Whitesnake ...
Quanto ao Mr. Coverdale, a voz estava mais fraquinha que em 2004, e várias vezes se ouviram vários milhares de dólares de eco digital a ajudar (ouvir a versão 12'' de "Fire Still Burns" de Russ Ballard para referência do que 10.000 dólares de eco digital conseguem fazer). Mesmo assim, David Coverdale ainda é senhor de um vozeirão - para mim continua a ser um dos três melhores vocalistas de Rock de sempre - capaz de impressionar qualquer um, e, claramente superior aos "vocalistas" das bandas actualmente na berra.

Devia ser por lei obrigatório haver um concerto deste calibre quinzenalmente - duas horas deste remédio de 15 em 15 dias garantiam que ninguém ficava com o travozinho amargo que é o de sempre saber a pouco ...

No fundo, todos somos ... "hearts in need of rescue" ... e durante duas horas, David Coverdale e companhia salvaram os afortunados que foram ao Coliseu ...